Quanto medo!
Não consigo livrar-me da impressão de que você quer distância porque teme ficar íntima demais. Teme minhas perguntas. Teme minhas dúvidas. Teme minha sensibilidade. Teme minha força, que apenas vislumbrou, de muito longe.
Teme que eu interfira, mesmo quando insisto em dizer que jamais faria isso.
Falta confiar, falta deixar fluir a sua intuição.
Teme abalos no seu mundo. Teme abalos nas estruturas de seu edifício, algo instável, mas que poderia ser monumental.
Teme a falta do chão.
Ah, e teme ainda mais a você mesmo. Sua sensibilidade, sua força, sua inteligência, tão mal aproveitada. Teme reconhecer que a beleza é muito mais profunda que a mera aparência e que a nossa percepção de aparência deriva mais de conceitos que de cheiros, que de toques, que de frios n'alma.
Acho que você teme viver os conflitos do mundo.
É melhor amigos robôs. Amigos "que se acham", que "fazem rir" (deveriam rir de si mesmos, de suas intrínsecas ignorâncias, preconceitos, de suas vidas limitadas pelos dogmas). Amigos do "funk", do "hip hop", tão negros como a neve, tão vazios como cubas de vácuo.
Teme mais ainda seus pés descalços.
Mera conjectura, cheia de incertezas. Como deve ser.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
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