Gostaria de saber porque você fez tanta força para que eu deixasse de ser seu amigo.
Por quê você sempre me manteve tão à distância?
Tudo bem, eu ajudei. Aquela coisa de falar de inteligência, de habilidades, foi tudo muito chato mesmo. Estava sendo sincero e politicamente muito incorreto.
E você passou no meu teste! Você pode "se achar". É uma das mulheres mais inteligentes e interessantes que conheci.
Mas, voltando, eu nunca me "achei". Não costumo cometer esse erro infantil.
Pode ser que você não tenha entendido assim.
Pode ser que você nem acredite nas coisas que andei falando.
Mas, saiba, eu não me acho melhor do que ninguém. Pelo contrário, agora tenho a impressão de que sou é inadequado, pior mesmo.
Aquilo que você certa vez falou sobre o filho do ..., não sai da minha cabeça.
Se ele fosse mais "povão", menos "cabeça", menos sofisticado intelectualmente, teria uma chance muito maior de estar vivo e curtindo a vida (o tal milagre de que tanto falo).
Acho que foi essa a grande lição que tirei dessa nossa efêmera amizade que deu em desastre.
Eu sempre fui estranho demais. E gostava disso. Todas aquelas coisas que te falei são verdade. Por incrível que lhe tenham parecido.
Eu fui um atleta talentoso... e desisti antes de conseguir qualquer coisa... porque eu era "melhor" que aquela besteira de esporte!!! Eu tinha talento para música, mas resolvi sempre deixar para amanhã.
Eu sempre exclui pessoas, simplesmente porque "elas não me acompanhavam". Eu até gostei delas, todas, mas ... eram perda de tempo!!
Tenho a impressão de que foi isso que você fez comigo! Provei do próprio veneno!
E o tempo passou rápido e fiquei velho. Eu achava que poderia fazer tudo na hora que quisesse. Teria a carreira que quisesse, na hora que achasse melhor... e sem chateações (traduzindo, sem aturar pessoas "menos capazes" ou "difíceis"). Estou vendo que não é assim: nem jogar futebol com os colegas eu consigo mais, nem aprender a tocar um instrumento musical eu consigo, nem entender as pessoas eu consigo.
Pessoas ficam velhas, eu não acreditava nisso.
Eu acreditava tanto no "meu poder" que simplesmente não me esforçei para manter o foco em algumas coisas que gostei e até em manter boas amizades.
Mas, dessa nossa "trombada", eu percebi, depois de tanto sofrimento, que teimei muito tempo em ser tolo.
Fui muito cabeça e pouco humano. Muita opinião "perfeita" e pouca dúvida.
Eu deveria ter me permitido mais. A tal liberdade, que sempre persegui, na verdade me escravizou, também.
Eu não deixei rolar as coisas.
Vou tentar fazer meus filhos curtirem mais as coisas, com "normalidade". Não quero que eles se transformem em outro "..." (eu).
Não te acho perfeita, pelo contrário, você é muito imperfeita. Vejo algumas semelhanças comigo (você é diferente da média das pessoas,também, e gosta disso).
Mas sinto que você vive mais, dentro das suas (nossas) limitações. Você me parece uma pessoa que fica feliz em comprar uma bonita roupa, uma jóia ou um celular novo, em curtir coisas mais simples também (um papo menos denso, por exemplo). Ler um Harry Potter, talvez até um Paulo Coelho ou um livro espírita, ouvir um ritmo da moda, dançar um "funk", curtir os colegas da academia, sentir "cheiro de carro novo" e manter contato com a turma da "business school".
São todas coisas que eu jamais fiz ou faria.
Eu diria que você também poderia melhorar, muito, não tentando parecer artificial (reduzindo a espessura da sua armadura) e não ligando para a opinião dos outros (ouvindo, mas sem traumas). Você é especial. Pode acreditar.
É tudo aquilo que já te falei e não preciso repetir.
Bons caminhos e siga curtindo a vida, que ela é breve!!!
Com carinho.
...
Ah, e, resumindo: sou mesmo desequilibrado (eu pensava o oposto, isto é, que era equilibrado demais).
Tempo de despedida.
domingo, 2 de novembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário