O céu está cinzento,
A tarde fria, as nuvens fugidias, rumando para lugar nenhum
Eu olho para trás e vejo-te rindo, alegre, como raras vezes te vi
E olho para a frente e não te vejo
Não sinto o peso de estar ao teu lado
Não ouço mais o arrastar de correntes, constante e permanente
Não vejo o respirar ofegante, a procura incessante...
Eu penso que nosso encontro valeu a pena
Deixou tristeza, deixou melancolia
Deixou um coração despedaçado e as mãos vazias
Uma ausência de toques, de cheiros, de mãos e pés
Deixou incompreensão, mas foi melhor assim
Bebi do teu mel, da tua atenção
Respirei e tentei te compreender
Em vão, mas restou-me a dúvida
Restou-me a paixão
A emoção, o bater do coração
O sentimento de estar vivo e ...
a imensa solidão
O sentimento de derrota
A eterna incompreensão
A dor que dói na alma, ainda que esta não exista.
E tudo poderia ser diferente...
Vou-me, como vim, para o nada
Desfaço-me no teu Universo visível
Desmaterializo-me como homem
Descontruo-me, restando um vazio absoluto
E surgirei em outro lugar, com outras pessoas
Com menos vida, com mais melancolia
Porém, confesso: jamais te esquecerei.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
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