sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Pena que não posso revelar o seu nome

Sabe, é uma pena não poder chamá-la pelo nome. Seu nome ronda minha cabeça.
Ele é lindo. Sempre foi meu nome de mulher favorito.
Já tive uma namorada com esse nome. Ela era um doce. Outro dia a encontrei, na fila de sorvete do McDonalds, já madura, como eu, meio acabada (ela era exótica e linda, muito feminina, como você sabe que gosto, olhar penetrante, olhos cor de mel, meio atlética, filha de pai mulato e mãe loura, mulher forte e sensual, toque de seda, pele de seda, pelos dourados, como pele de pêssego).
Nos cumprimentamos, ela estava com o marido, eu com a minha mulher e meus filhos. Percebi que ainda nos amamos (houve um certo mal estar, traduzindo: ciúmes mútuos mesmo).
Mas porque falei nisso?
Porque dá para continuarmos a amar e não misturarmos as coisas.
Eu estou em profunda depressão. Não falo isso para que você tenha pena de mim. É um desabafo mesmo.
A mensagem que você me passou é que não podemos ser sinceros. Que mal teve o fato de eu te revelar os sentimentos internos que nutro por você? Não mudou nada, pelo menos para mim.
Pelo contrário, eu tentei lhe dizer que meu respeito e minha admiração eram enormes. Eu não sou politicamente correto. Você sabe disso.
Sou direto e procuro ser honesto: estava transbordando de paixão, por quê não falar?
E não compreendo tua atitude. Eu não cobrei nada de você. Nem podia. É o tal respeito ao outro, tão falado e tão pouco exercido.
Você sai com seus amigos? Tudo bem, não me causa ciúmes. Você ama (naquele sentido que penso que você imagina que é amar) outros? Tudo bem, é da vida.
Mas não tinha um espaçozinho para mim?
No que lhe faço mal?
Você alimenta-se da depressão alheia? Você alimenta-se da destruição? Meu sistema imunológico está um caos!!! Estou à espera de um problema de saúde mais grave, a porta está aberta!
Por quê você passou a me ignorar, a me hostilizar, a me desprezar?
Ontem você extrapolou. Conversou com todos, menos um. Sabe, chego a pensar que você me odeia. O que foi que eu fiz? Mexi com algum dogma seu? Atingi algum ponto vulnerável? Se isso aconteceu, foi involuntário. Jamais tive a intenção de lhe magoar.
Teu mundo é isso? Relacionamentos superficiais, sem envolvimento?
Eu sou muito carinhoso. Eu me solto profundamente quando me relaciono com alguém. Nâo consigo entender tuas reações, me são estranhas. É outra lingua o que você vem falando, desde dezembro do ano passado.
Eu tenho me comportado como um idiota, e isso eu não sou.
Lembro-me que você disse, certa vez, que quando tem um espinho na garganta, algo lhe incomodando, parte para cima e pergunta à pessoa, na hora.
Mas isso só vale para os outros, não?
Você acha que eu gosto de lhe ver transbordando de inquietação, perto de mim? Para quê tudo isso? A vida é breve, nada vale a pena, de perto (parafraseando o "irc" Caetano).´
Dá-me tua mão! Eu prometo não ir além dela.
E sexo, somente com sentido. Não se assuste.
Mais importante que o sexo é a fusão. Fusão é estado de alma que somente alguns alcançam. Fusão é entrega total. É você ser o outro e o outro ser você, sem perderem a identidade.
Bichos fazem sexo. Gente busca a fusão. É essa a diferença.
Sexo não me assusta, não me move, é muito pouco. Movo-me por busca do outro. Isso sim.
Outra possibilidade é que você, realmente, se ache acima de mim. São seus modos, suas roupas, seu círculo de amizades?
Saiba que eu poderia fazer parte deles. Sou extremamente sociável. Tenho muita facilidade para contactar as pessoas. Gente é facilmente manipulável. É só você fazer espelho! É só falar o que querem ouvir. Mas...isso eu me nego a fazer.
Depois que me casei passei a não alimentar minhas amizades por falta de disciplina (odeio disciplina), falta de disposição para fazer valer minhas necessidades e e falta de tempo mesmo. São prioridades urgentes que me impedem (principalmente as crianças e o trabalho). E gosto de me dedicar, de corpo e alma, aos meus amigos. Amigos são para sempre. São escolhas, diferentemente dos parentes.
E faço pouco da filosofia, do conhecimento e da "sabedoria" alheias. Da verdadeira sabedoria, aprecio e absorvo, o que puder. E, apesar de reconhecer a dignidade nos outros, sou seletivo.
Se meu coração elegeu a si é porque é especial. Tenho um "especialímetro", instrumento oculto de medir possibilidades.
Mas tudo são possibilidades. É a distância e a saudade, tão doídas.
Morro um pouco a cada segundo.

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